Nos últimos meses acompanhamos na mídia, as ações do governo do estado do Rio de Janeiro que através da secretaria de segurança pública vem desenvolvendo uma política de instalação de unidades de polícia pacificadora nas favelas do Rio de Janeiro, com o objetivo de acabar com o domínio do tráfico nas comunidades e estreitar as relações entre governo e moradores.
Tais ações, tem despertado opiniões diversas em favor e contra essas medidas, classificadas por muitos como marketing eleitoreiro e tentativa de mostrar eficiência para a população em uma das áreas mais precárias e carentes de novas idéias, que é a segurança pública.
Sabemos que o tráfico de drogas e a violência, é um problema mundial e que deve ser combatido com rigor,porque ambos estão ligados e tem o poder devastador de destruir pessoas e o estado por sua vez, deve cumprir o seu papel de zelar pelo bem estar da população e o bom funcionamento da segurança pública deve ser prioridade.
As ações do governo do estado, podem ter boas intenções, mas creio que para um problema complexo como o tráfico,a pobreza e a violência que domina as comunidades carentes do Rio de Janeiro e periferias do Brasil e do mundo, medidas mais eficazes devem ser tomadas. Não basta expulsar o traficante e instalar um batalhão de polícia nessas comunidades e não investir na melhora da qualidade de vida da população daquele lugar no que se diz respeito a infra-estrutura, educação,saúde e qualificação profissional.É necessário além de policiais e armamanetos,implantar escolas com professores de qualidade , mudar as diretrizes educacionais do estado e investir na formação de cidadãos e ajudá-los a formar um caráter de bem acima de tudo e, para isso seria necessário incluir acompanhamento psicológico, prática de esportes, atividades culturais, avaliadores vocacionais para crianças e jovens, criação de centros de estudos profissionalizantes e técnicos, entre outros. Dessa forma começam as mudanças de uma população.Foi assim que a coréia do Sul cresceu absurdamente nos últimos 25 anos, investindo nas crianças e nos jovens e promovendo uma educação de qualidade. Mas para isso se tornar real, foi preciso fazer uma revolução nas políticas educacionais do país.
Voltando a falar nas unidades pacificadoras,uma questão tem sido levantada tanto pela mídia, como pessoas comuns em conversas com amigos, familiares e outros. Os traficantes que são “expulsos” dessas comunidades, para onde vão? Pelo que tenho visto não tem sido efetuadas prisões nessas áreas onde as unidades tem sido instaladas. Em uma comunidade do Rio onde o tráfico é considerado de pequeno porte, estima-se um fluxo de 70 homens envolvidos e em uma comunidade como a Rocinha, os complexos da Maré, do Alemão e da penha, o número de pessoas envolvidas chega a 200 homens. Outros dados que podemos citar é que nessas favelas encontram-se armamentos pesados como fuzis,sub-metralhadoras,granadas e até metralhadoras anti-aéreas e cadê esses armamentos? Também não vemos na mídia a divulgação de apreensões de grande porte desses armamamentos a muito tempo.
Como podemos ver, o problema é bastante complexo e correntes políticas ligadas ao interior do nosso estado, tem mostrado uma preocupação com uma possível migração desses bandidos, para as cidades do interior e essa preocupação envolve a nossa cidade de Rio das Ostras, que vem atravessando uma fase onde a criminalidade tem aumentado junto com o número de habitantes.
Nesse projeto de “pacificação” das favelas, o contigente de policiais que já é baixo, tem sido deslocado para esse obejtivo e devido a isso outras áreas do estado, como o interior tem sido colocado em segundo plano quando se diz respeito a segurança e isso pode estar facilitando a prosperidade do crime nessas localidades.
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